terça-feira, 22 de julho de 2008

17. 121kg - TÁ FODA.



Aos poucos eu tô atualizando, só faltam 2 meses de texto! Tem mais 6 Textos novos aí pra baixo.
Juro que tô tentando!!! E não conseguindo, daí o título do post.

Sábado, 21/06, eu acordei por volta das 10:30h, desci e tava a mesa do café da manhã posta na Comunidade Tsary Ho. Mandei dois pães com manteiga Aviação e queijo prato Teixeira + umas batatas palhas que tavam lá, e um Dan-up pra rebater. Fui pro metrô mastigando uns Mentos, a caminho do trabalho. Chegando no Eldorado, entrei no Carrefour: um copinho de sorvete Häagen-Dass de macadâmea, bom para caraleo, ao qual fui degustando felizão pela passarela que dá ao acesso prédio, uma Pringles, sabor original, uma barra de chocolate Lindt e um suco Del Valle de cajú, e fiquei nessa a tarde toda enquanto pensava na campanha, alternando uma batata, um bloquinho de Lindt e um gole de suco. Resolvi ir ao cinema, e chegando lá, depois de comprar o ingresso (Cinturão Vermelho, de David Mamet: um negão que pratica jiu jitsu brasileiro tem que achar uma saída pra enrascada em que se meteu por seguir fielmente a doutrina jiu jitsu e não participar de competições e nem usar a luta para ganhar dinheiro de maneira desonrada. Com os brasileiros Rodrigo Santoro, John Machado, que presumo ser lutador, e Alice Braga ora enfiada num vestidinho verde, gostosinhasíssima, ora com um tomara-que-caia com os peitinhos apontando majestosamente pra câmera, vale a pena!), fui dar um rolê pela Livraria Cultura e li um gibi inteiro, até perto da hora do filme começar. Fui na cafeteria do Cine Bombril e pedi um café grande, pra me manter acordado, e duas empanadas, uma de carne com uva passa e outra de queijo com cebolas. Depois peguei mais uma água e um saquinho de amareto, biscoitinho daqueles que vem com o café. Depois do filme fui direto pra casa, passei numa banquinha na estação Ana Rosa e comprei dois Prestígios, dois Batons e fui mandando bala até em casa.

Porra, não consigo. Simplesmente não consigo ficar sem me entupir com essas tranqueiras, e olha que tava até light. Mas pô, eu tinha prometido pra mim mesmo que ficaria um ano sem comer essas merdas e simplesmente não consigo! Ficar sem álcool e sem refrigerante até que tá fácil, mas como ganhei uma concorrência interna da agência e vou pra Buenos Aires na faixosa com tudo pago em agosto, decidi que esse negócio de ficar sem álcool por um ano só é válido em território nacional. O lance é que o açúcar tava incluído na lista de proibição, e de todos, é o mais difícil de ficar sem. E nem é porque, como dizem as pessoas, tem açúcar em tudo o que a gente come. Eu queria me livrar do açúcar refinado, esses União ou Da Barra da vida, mas não dá, é um vício ferrado. E tome chocolate, paçoquinha Amor... é uma merda constatar que não consigo ficar um ano sem deixar de fazer coisas que parecem tão simples. Escrever esse blog, por exemplo, um texto por semana. Tô atrasado em uns o que? Três meses ou mais. Poderia usar a desculpa do trampo, que consome mesmo, mas eu sei que não é verdade: não escrevi porque não quis, preferi ficar sem fazer nada olhando pro teto, na maior preguiça. Foda. Agora mesmo, enquanto escrevo, dou umas paradas e umas cochiladas aqui na cama... mas tbm tô escrevendo na cama, né, e tá o maior frio, bom mesmo pra dormir. Me matriculei na academia, fui só duas vezes, uma pra socorrer o professor, e outra numa aula meia-boca, e tchau!

Não tô fazendo exercícios;

Não tô escrevendo meu livro;

Não tô escrevendo meus roteiros;

Não tô estudando o baixo como deveria e, pior;

Não tô seguindo minha dieta.

Parei de emagrecer, e na verdade engordei já 7 quilos dos 14 que perdi.

CARALEO, por que eu não consigo fazer isso??? É só um ano, não pode ser tão difícil assim. Tô me sentindo um bosta. Mas não desisto, engordei 7 quilos mas ainda perdi 10, vamos lá: batalhar pra perder mais 10. E atualizar o blog. E estudar o baixo direito. E me preparar pra encher a cara em Buenos Aires, porque da fronteira pra fora póóóóóde.

16. 121kg - THE MAN WITH NO PLAN.


Qual o problema em não ter um plano?
Porque, afinal de contas, eu não posso viver um dia de cada vez, e ir fazendo as coisas na medida em que elas forem acontecendo, sem pensar em como vai ser no futuro? Pô, eu definitivamente não sou um cara que faz planos, eu nem sei por onde começar a fazer um, eu nunca fiz e acho que nem vou fazer. No máximo combinar alguma coisa, um cinema daqui há uma semana, ou uma viagem pra daqui há um mês, sei lá, mas o planão mesmo, em tal ano estar em tal ponto da minha carreira, casado ou namorando, com filhos ou filho ou não, ter casa, apartamento, ou um carro, ou sei lá, qualquer porra dessa... eu não tenho que ter um plano. Seria bom que eu tivesse, lógico, a maioria das pessoas tem um, mas eu nasci com uma anomalia, uma disfunção hormonal, nasci com falta da glândula que produz a substância que ativa no cérebro a necessidade de planejar minha vida. Acho que um dia eu vou ter todas essas coisas, porque no final das contas, eu sinto falta disso também, eu quero, acho, me casar um dia, seria legal até ter filhos, e com certeza uma casa e um carro bacana, de vez em quando eu páro pra pensar nisso e até acho que seria legal, mas por hora, sou como aquela música do Raul Seixas que diz "não sei onde eu tô indo, mas sei que eu tô no meu caminho".

O foda de não conseguir fazer planos é que isso não me impede de me envolver com as mulheres, e essas sim, têm planos. São umas máquinas de fazer planos, têm a tal glândula DESTE TAMANHO, enfiada em algum lugar entre o coração e o cérebro, e elas adoram me enfiar no meio dos planos delas, como se fosse um favor que me fazem e nem me perguntaram porra nenhuma se eu queria ou não. Ou pior: achavam que era eu quem tinha que fazer o plano e colocá-las nele, dando um belo exemplo de que, por mais liberação e independência que consigam, ainda são bem submissas aos desejos e planos dos homens, na verdade uma máscarazinha pra ter uma amostra de segurança, afinal se eu digo que daqui há 10 anos vou estar com elas ainda, é sinal de que vale a pena continuar, quando na verdade não enxergam um palmo do nariz os gestos no presente que gritam que SIM, estou com elas. E estarei daqui há 10 anos, se cada dia do agora, do já, do presente for bom. E nem precisa ser bom todo dia, na verdade, porque não é mesmo, e é isso que tempera a vida, alternando os momentos bons e os ruins.

Tô falando assim porque minhas duas ex namoradas me jogaram na cara, com a mesma frase, que faziam planos pra gente, eu eu fazia planos pra mim, e que elas nunca estavam inseridas nos meus planos. MAS CARALHO: eu não tô ali? Não tô junto? Não tô dando apoio de todas as maneiras possíveis? Não tô sendo presente? Mesmo trabalhando numa profissão que exige pra cacete, eu sempre, SEMPRE dou um jeito de estar junto, tô sempre gerenciando meu tempo pra ficar junto da pessoa que eu gosto e tô envolvido. Tem hora que eu acho uma bosta me envolver com alguém, porque quando eu me envolvo eu me envolvo MUITO (vide o texto dos Arianos), eu amo MUITO, mas eu tenho sim um desprendimento que assusta: eu não sou ciumento, eu não sou de ficar cobrando ciúme, não sou de ficar perguntando onde tava, com quem tava, que horas tava, acho que as pessoas são livres pra ir e vir MESMO, acredito de verdade que a distância não separa as pessoas, embora seja difícil realmente, mas isso não quer dizer que eu não ame. Só que quando tudo vira uma merda, e eu resolvo que é hora de dar um basta, é um BASTA: seco como tem que ser. E daí tomo na cara que eu não tava realmente envolvido, que eu não amava de verdade, afinal ninguém que ama de verdade termina tudo de uma hora pra outra e segue a vida assim, tranquilamente. E tudo o que eu fiz, tudo o que eu lutei, tudo o que eu guardei pra mim, todo o tempo que eu fiquei ao lado nos momentos difíceis são convenientemente esquecidos, apagados e deletados: toda história tem que ter um vilão, e normalmente, num relacionamento, o vilão de agora era o herói de ontem.

Já assumi o posto de vilão duas vezes. Tô de saco cheio, à merda todo mundo.

Eu sou um cara que vive no presente, porque é o que a gente faz no presente que dita as regras de como o futuro será, e o futuro é daqui a cinco minutos, então eu quero viver agora, o momento, quero que as coisas sejam boas já, e sendo elas boas já, serão daqui a cinco minutos também, sejam esses cinco minutos um ano, 10, 20 ou só cinco minutos mesmo.

O futuro é um monte de presentes acumulados.

Fora o egoísmo disfarçado nisso, afinal, qual o problema de fazer um plano pra mim, e não colocar a outra pessoa nele? Porra, a vida é minha, dá licença? E quem disse que eu quero estar metido em algum plano da vida da outra pessoa, e quem disse que ela não pode fazer um e não me colocar nele? Eu poderia viver tranquilamente com alguém que vive sua própria vida separada da minha, mesmo estando junto comigo. É que até hoje ainda impera a visão romanceada demais de que quando duas pessoas resolvem ter um relacionamento elas viram uma só, quando na verdade não importa o que os poetas dizem, duas pessoas serão sempre duas pessoas, dois grandes universos diferentes que se não forem bem compreendidos, acabam uma hora se chocando. Heh, é impressionante como isso não é colocado nos planos de alguém, que uma hora vai dar merda.

E dá. E quando dá, ó, TOP TOP, os planos indo por água abaixo, porque no final das contas não dá pra planejar imprevistos. Pois eu prefiro jogar no time do imprevisto, e ele me trás gratas surpresas. Como dizem os Titãs, "o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído."

E é assim que é, andamos eu, o imprevisto e o acaso de mãos dadas, firme e forte: à merda com os planos.

Foto: Christopher Walken - "The Man With The Plan", em Coisas Para Se Fazer Em Denver Quando Você Está Morto.

15. VIXI... - CHEVETTÃO RULEZ!!!


Certa feita eu tava subindo a rua de casa com o Chevettão verde do meu irmão e dei de cara com uma mina da vila que eu era louco pra comer. Já tinha rolado uma parada quase lá, conto em outra ocasião, mas ficou no vácuo, de modo que eu tava com o maior tesão acumulado, e quando eu a vi vindo em minha direção com uma calça branca daquelas que ficam gostosas até no varal, como diria Freitinhas, pensei " é hoje, vô atropelá!". Parei o Chevettão do lado e "Hey, Fulana, e aí, quanto tempo, blábláblá, tá bonita, nhénhénhén, vai fazer o que agora, blábláblá, chopinho num bar no centro, vamaí, só conversar, blábláblá", colou. Toca pro centro "tomar um chopinho". Como eu estava monetariamente desprovido na ocasião, parei num Bradescão pra sacar umas merrecas, banco esse que ficava providencialmente bem localizado numa descida, já que o Chevettão ora pegava na hora, ora não. Parei, entrei, saquei, saí, entrei no carro e nem quis arriscar: soltei na banguela, engatei a segundinha e o bicho deu um tranco daqueles imperceptíveis para ouvidos leigos, sendo somente compreendido por um ouvido bem treinado em barulho de motor e pá!, toca pro tal boteco no centro de Guarulhos City, cidade do caralho. Chegando lá, chopp vai, chopp vem, segue o diálogo:

– Poxa Fulana, legal te ver de novo, você tá linda, o chopp tá bom, vamos pegar um motelzinho?

– Ahh, vamos.

Firmeza! Entramos no Chevettão, ele deu aquela reateada "nhénhénhénhénhém", subiu aquele cheirão de gazolina empesteando o cockpit e Vruuummmm, em 15 minutos ou menos já estávamos adentrando o Del'Rio, O MOTEL MAIS FULEIRO QUE EU JÁ FUI NA VIDA, juro, daqueles que o rádio é Audiovox de fita cassete de carro ligado por uma gambiarra de fio aparente sumindo por trás da cama, medo da porra de tomar uma desfibrilada no ato do coito. Liga só a recepção: parei o carro na guarita e:
– Boa noite, uma suíte, por favor?
– 20 real o pernoite (assim no singular mesmo).
– E o que a suíte contempla?
– Garagem.
Boua! Vai essa mesmo que o bagúio tá estorando a tanga. Pedi duas Brahma, assim no singular mesmo, e toca o rala e rola. Quando a gente tava finalizando o rala, prestes a entrar efetivamente no rola, peguei o pacote de "Leve 8 pague 6" Olla e a digníssima me dispara essa, um dos diálogos mais malucos que eu já tive na vida. Diálogo não, quase-monólogo, porque eu só conseguia balbuciar pontos de exclamação e interrogação:
– Eu não quero transar com camisinha.
– ?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?
– A gente pode transar sem camisinha?
– ?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?
– É que eu tenho medo...
– ?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?
– É, medo... tenho medo de engravidar...
– ?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?
– É, vai que estoura... eu tô mais acostumada que gozem fora...

Depois de pensar 2 minutos sobre esas última frase (detalhe: se um ariano pensa por 3 minutos ou ele vira Prêmio Nobel de alguma coisa ou ele faz uma burrice muito grande), bom, depois de matutar sobre isso, expliquei direitinho sobre o fabuloso mundo da camisinha e da proteção contra doença venérea e que se colocar direitinho a porra não estoura não e tudo o mais, o que era pra ser felação virou falação, e da falação para o "melhor a gente ir" foi um pulo. Nos recompusemos e fomos pro Chevettão. Ao chegar-mos lá, abri a porta pra ela, como manda a minha boa educação européia, entrei, sentei, girei a chave na ignição e naaaada! Nem um "nhénhénhém", nem um "TRUNK", nem uma luzinha acesa no painél, nada, zero. Girei de novo e o carro no maior silêncio. Olhei bem pra cara dela e mandei:
– Fulana, você sabe dar tranco?
– Não, eu não sei dirigir...
– Hmmmm...

Teve que empurrar o Chevs no motel, tadinha. Mas foda-se, quem mandou ser lôca? O pior é que o espaço para o carro pegar embalo era curto, e ela teve que empurrar vááááááááárias vezes, de frente e de ré pro motor dar uma esquentadinha, e nem pra um sujeito sair do quarto pra dar uma força. Lógico, só o professor de sexologia aqui que ficou na teoria, mas foi uma boa vingança por conta do papo aranha da camisinha, os cafagestes e as feministas que me desculpem.

Passado uns três meses dessa malfadada missão, tô eu indo na casa de um amigo, e acabo por encontrar com ele pelo caminho:
– LUIZÃO!!!
– IVAN!!! (o nome foi trocado pra preservar a pessoa, rárárá!) E aí, tava indo na sua casa! Cuméquié!
– Mano, cê não sabe quem tava em casa agora a pouco!
– Quem?
– A Fulana!
– Ahh vá! É memo?? E aí?
– Mano, cê num sabe: tava lôco pra cumê ela, gostosa pa poooorra mano, trombei com ela pelo caminho, conversa vai, conversa vem, levei ela pra casa. Quando fui pra cima forte, ela "não quero transar com camisinha não!" MANO, mina lôca da porra!!!!! Disse que tinha medo de engravidar!!! Falei pra ela "que porra é essa de engravidar com camisinha???" Ela disse que tinha medo de estorá... Luiz, comi não Luiz.

Passado um ano e meio maomeno dessas malfadadas missões, encontro Fulana na rua, felizona empurrando um carrinho com um bebê gorducho fofucho e pequerrucho dentro, ao lado do marido não tão felizão assim.

14. VIXI... - FILHO VIADO


Não sei qual é a de algumas pessoas que eu ouço dizendo "Deus me livre meu filho nascer gay". Não me entra na cabeça esse tipo de machismo, inclusive das mulheres, ainda mais nos dias de hoje, onde as relações pessoais são tão carentes e o mundo pirou, com pais matando a filha pequena, neguinho sequestrando os outros e matando por cinco merréis, fora as guerras pelo oriente médio e tudo o mais. Quer dizer, guerra e homossexualismo sempre existiram, acho que até essas atrocidades todas sempre existiram também, mas agora a gente fica sabendo disso tão rápido que assusta. Lembro que uma vez eu ouvi dizer que, quando assassinaram o presidente Lincoln, lá nos Estados Unidos em mil e sei lá quando, os europeus demoraram treze dias para ficar sabendo. Hoje, em meia hora você já tem o vídeo no youtube com o making of da treta, perfil do assassino, perfil do assassinado, tudo o que o cara fez na vida, campanha pro show beneficiente em memória do morto e em prol das vítimas de assassinatos e um monte de gente provando que o cara não foi assassinado nada, é tudo conspiração pra desviar atenção pro real problema. Seja ele qual for. Mas enfim, no meio disso tudo, o povo se preocupa se o filho vai nascer gay. Pô, que se foda! Ducarai se meu filho...(pô, um aparte aqui: seja homem ou mulher, tá? É que é um saco ficar escrevendo "filho(a)", ou "filha(o)", então vamos combinar assim: uma hora eu falo no masculino, outra no feminino. É que por incrível que pareça, as pessoas sempre temem o HOMEM virar gay, até no preconceito a mulherada se fode), enfim, dane-se se minha filha virar gay, melhor alguém amando alguém do que matando alguém. Não vai ser menos amado, não vai ser castigada, não vai ser menos protegido e nem mesmo sofrer com preconceito sem encontrar um alento e reação do paizão aqui. E o namorado (ou namorada) vai ser tão bem-vindo na família quanto qualquer outro, e vai ser tão respeitado como qualquer outra pessoa que se dê ao respeito e seja boa pessoa e seja boa gente também, porque ninguém merece genro chato, seja homo ou hétero. Eu ia dizer aqui que tenho um monte de amigos gays, mas não é verdade, fazendo um exame aqui na memória não tenho amigos gays, mas tenho colegas de trabalho, colegas de jogos de basquete, vizinhos, enfim, um monte de gente a minha volta são gays e mesmo não sendo amigos, sinto muito orgulho dessas pessoas e tenho um grande prazer em conhecer essas pessoas, porque são boas pessoas e pessoas corajosas em se assumir e lutar contra a corrente da falsa moralidade.
Dias desses eu tava conversando com uns amigos no bar (resistindo veementemento aos chopps) e surgiu esse assunto, filho nascer gay ou viar gay, ou o povo gay que torra o saco. Só aí atinei pra uma coisa, e dá-lhe filosofia: é o seguinte, Homossexual é o termo científico. Homens ou mulheres que optam por se relacionarem com pessoas do mesmo sexo são homossexuais. Dentro disso, tem os gêneros, e aí que me perdoem as mulheres, mas vou tratar só dos homens por enquanto: se meu filho virar gay, sensacional. Provavelmente vai ser publicitário, advogado, diretor de cinema ou ator, ou de teatro ou televisão, escritor, filósofo, professor, enfim, qualquer profissão que tenha que manter uma certa seriedade ou se expor muito. Provavelmente vão ganhar bem e sempre vão poder emprestar uma grana "panóis", quando no perrengue. Se meu filho nascer bicha, bão tamém. Vai ser meio pobrinha né, mas beleza, vai ter iniciativa e empreendedorismo, vai abrir um salão de cabeleleiro, ou vai ser promoter, enfim, qualquer profissão que aceite uma pessoa completamente desvairada. E outra, as bichas são divertidas, extrovertidas, têm o pensamento rápido e as melhores tiradas que eu já vi. Saca só, um dia o Flávio (meu brotherzasso!) me falou tava no salão do Germano, uma bichona gigante e gente finíssima que jogava basquete com a gente lá na vila, esperando a vez pra cortar o cabelo. O Germano tava meio sem voz, mas mesmo assim não parava de falar. Daí uma tiazinha assuntou:

– Noooossa Germano, você tá tão rouco....
E ele:
– Aaaaai menina, liga não, é cabelo de saco nas cordas vocais...

Sensacional!, o salão inteiro veio abaixo, a tiazinha gagejou, ruboreceu-se e rapou fora!

Certa feita eu tava numa balada, no banheiro dando um mijão, pá, daí entrou uma bissinha bem bissinha esteriotipada, magrelinha, me deu uma medida de cima abaixo e disparou:

– Nóóóóóssa, como você é altão, chupo seu pau a-go-ra!
Eu só ri e falei:
– Pô man, frase certa, sexo errado, desculpaí.
E ela:
– Masssszzzzzgina, boca não tem sexo!
Rachei de rir e rapei fora rapidim também, rárárá.
Racho o bico com as bichas, se meu filho virar bicha vai ser engraçado.

Agora, se meu filho virar viado, aí vai ser foda.
Aí não, pô... Filho viado ninguém merece.
Quer dizer, vou amar também, vai ter tudo o que eu puder dar, vai ser protegido e tal... mas pô, ter filho viado é sacanagem.
Já pensou você chega do trampo tranquilo, e daí você fica sabendo que seu filho levou a bola dele embora porque ele é perna-de-pau e não foi escolhido pra jogar. Quer dizer, beleza, o moleque pode ser ruim mesmo, daí você vai lá e tenta ensiná-lo a dar uns chutes, aí ele não consegue, faz birra, malcriação, diz que você é que não sabe ensinar, você vai lá, coloca a bola no chão, mostra como se chuta, ele dá uma bicuda, a bola bate na parede e volta no nariz, pronto, fodeu, chora desesperado, chama a mãe dizendo "ôôôôôô mããããããããeeee, ó o que o pai feeeeeeezzz", aí sua mulher já chega te chamando de bruto, que você não tem paciência com o Júnior (que ela quis que fosse Júnior), aí você já tá puto com seu trampo e com seu chefe babaca (que por acaso TAMBÉM se chama Júnior...), levou duas horas pra andar dois quilômetros, daí você com tudo isso na cabeça manda sem querer "Ahhh porra, esse moleque tá muito viado!!!!", pronto, tá instaurado o desquite.
Daí o moleque cresce e vira aquele cara que fica puxando seu chapéu na balada, afundando sua cadeira no trampo, desligando seu telefone quando você acaba de discar, canta todas as mulheres do trabalho e diz que comeu todas, arruma uma namorada com tio dono de agência de viagem só pra conseguir desconto na passagem, e termina o namoro dias antes de viajar, fica te enchendo o saco no msn...

NOTEM: viado não necessariamente é homossexual, pode ser hétero o quanto for.

Viado é estilo de vida.

Leva a bola embora? Viado.
Vive querendo levar vantagem? Viado.
Não cumpre com a palavra? Viado.
Fala que come todas? Viado.
Se aproveita dos mais fracos? Viado.
Sacaneia pra subir na vida? Viado.
Não dá carona? Viado.
Não passa cola? Viado.
Não segura os B.Os? Viado.
Foge da briga? Viado.
Fica com frescura? Viado.
E por aí vai, existem um monte de viados por aí, Deus me livre ter um filho viado.

Dia desses fiquei sabendo de um dono de agência que foi conversar com uma menina que já tinha acertado com o diretor de criação de começar na próxima segunda. O cara falou "O QUE??? COMO ASSIM COMEÇA NA PRÓXIMA SEGUNDA? NINGUÉM ENTRA NA MINHA AGÊNCIA SE NÃO PASSAR POR MIM, E AQUI VOCÊ NÃO TRABALHA!"

Porra, PUUUUUUUTA viado!!! Esse, por acaso, é homossexual, mas já vi muitos outros que não. Numa agência que eu trabalhei, viramos a noite trampando, fizemos uma série de campanhas pra uma universidade, com aprovação do diretor de criação e tudo. Tava todas as peças grudadas na parede da agência, o cara chega de manhã, no final do processo e sem ter participado do começo e manda:
– Não é nada disso, não gostei de nenhuma.
Fui defender que elas estavam todas dentro do briefing, o cara só vira as costas e diz:
– Viu, FULANO (o diretor de criação), não é nada disso.
E sai andando.
Caralho, quase soco o filho-da-puta. Aliás, filho-da-puta não, VIADO. Inclusive tinha nome de fruta, rárárá! (Sorry, não resisti). Esse aprontou vááááárias, é a Vossa Viadesa em pessoa.

Mas enfim: Homossexual, gay, bicha, travesti, transsexual, bissexual, tudo tranquilo pro meu filho; agora viado não. Nem fodendo.

Mas então, falei dos homens, agora das mulheres: se minha filha virar lésbica, sensacional! Afeminada ou masculinizada, tranquilo também, desde que ela (e isso vale pros homens também) cuide do corpo e não o desrespeite, (isso quer dizer fazer o que se quer com o próprio corpo, não o que NÃO quiser). Claro que a gente tem que impor alguns limites, ainda mais quando a pessoa não atingiu uma maturidade, mas depois de velha, o que um pai ou mãe pode fazer a não ser aconselhar e rezar?

Mas é engraçado, não me lembro de nenhuma lésbica BICHA. No geral, as lésbicas são muito sérias. E não tô aqui fazendo nenhuma crítica ou sendo preconceituoso nem nada, mas meu!, eu tenho medo de lésbica, confesso! As minas estão sempre na defensiva, a maioria que eu conheço pelo menos são assim. Mas tem um motivo: os VIADOS estão sempre querendo pegar a companheira da outra. Não se conformam que uma mina prefere uma mulher do que um homem, e não se conformam mais ainda que uma mulher prefere outra mulher e não ELE. Daí as entendidas, já conhecendo a espécie, ficam mesmo na defensiva. Já vi um ou dois quebra-paus em balada, de mulher querendo socar um cara que ficou mexendo com a mina dela, macha pra caralho!! Certa ela, tem que defender mesmo, porque alguns homens sempre acham que duas mulheres se pegando é sempre putaria, e não um relacionamento sério. Tão sempre querendo se meter no meio pra comer duas, o eterno fetiche masculino. Homem vive fazendo merda, é impressionante, por isso que eu detesto homem, só gosto de mulher. Agora, devo confessar: beleza, eu entendo todo esse lance de relacionamento, respeito muito as lésbicas, acho que qualquer maneira de amar vale a pena mesmo, não fico cantando mulher de outra, sigo o 11º mandamento: "Não cobiçarás a mulher da próxima". Mas que é um tesão duas minas se pegando, isso é. E se elas forem bem gatas então, aí é que dá vontade de se meter no meio mesmo. Desculpa, não sou tão politicamente correto assim, e a carne é fraca. Agora, seguro a onda né? Afinal, querer comer duas minas só pra pagar de gatão, e arrumar uma puta treta, é coisa de viado.

14. VÁRIOS QUILOS - PRA TENTAR TE ESQUECER


Você me mandou te tirar da cabeça
Não daria certo, é melhor que eu te esqueça
Por mais duro e doído que isso pareça
Pra que não aconteça d'eu ter que sofrer

Sem ter mais resposta ou sequer argumento
O meu travesseiro virou meu alento
E pra curar de vez esse meu sofrimento
Segui atento a receita da minha Vó

Que diz que "remédio pra amor violento
É dormir bem quietinho, que de noite o vento
Sopra mansinho pra longe o tormento
Leva tudo embora e de dia, sem dó

Quando o galo canta, o sol se levanta
Um café bem fresquinho queimando a garganta
Espanta a tristeza, e a paixão que foi tanta."
E assim minha Vó me fez prometer:

"Só acordar depois de te esquecer."


*****************

O Brasil virou super-potência
Os Estados Unidos é só decadência
A ciência curou tudo quanto é doença
E a falência do euro não afeta a exportação

O meu time é deca-campeão
Na caatinga arroz brota do chão
Nunca mais teve corrupção
A nação dá até gosto de ver

Tem comida pra dar e vender
Água a rodo pro mundo beber
As florestas voltaram a crescer
E não tem mais criança no mundo
[que não saiba ler

Cem anos depois que eu dormi pra tentar te esquecer.


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Na Etiópia não existe mais fome
Mao-Tsé já não passa de um nome
A China agora de tudo consome
E o homem esqueceu o que é preconceito

Todos têm seu devido respeito
O poder da justiça agora é perfeito
O imposto cobrado retorna direito
E o conceito de paz hoje é infinito

Ninguém mais resolve o problema no grito
Não existe mais jovem cometendo delito
A violência hoje em dia não passa de mito
E não tem mais conflito pra combater

Mil anos depois que eu dormi pra tentar te esquecer.


*****************


Quando todos já podem voar sem ter asa
Os robôs fazem todo o serviço de casa
Viajar pelo espaço não é mais coisa da Nasa
Eis que vaza a notícia impensável:

A riqueza terrestre, quase inesgotável
Está num estado totalmente deplorável
O término do mundo é inevitável
É incontestável a chegada do fim

Alguns conformados vão pra um botequim
Outros não querem terminar assim
E eu ainda sem poder retornar a mim
Continuo na cama sem nada saber

Quinhentos mil anos depois que eu dormi pra tentar te esquecer.


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A terra enfim explodiu
Foi todo mundo pra puta-que-pariu
Mas teve um fenômeno que ninguém viu
Nem quem partiu em nas naves de aço:

Meu corpo lançado no espaço
Mesmo com o tempo escasso
As camadas orbitais ultrapasso
E salvo me faço da extinção do planeta

Me transformo agora em cometa
Com núcleo, corpo e rabeta
E como um astro de estranha silhueta
Risco o céu de um planeta distante

Iluminando estranhos amantes
Que interrompem seus beijos ofegantes
Fazem juras de amor com vozes destoantes
E seus olhos mutantes buscam o céu só pra ver
O cometa que dorme ainda pra manter
A promessa que sua Avó o fez fazer

Bilhares de anos depois que eu dormi pra tentar te esquecer.

13. VÁRIOS QUILOS - MULHERES MARAVILHOSAS


É impressionante como mulheres muito bonitas estão sempre com cara de entediadas. Não tô falando das bonitinhas, nem das bonitas, e sim das muuuuuiito bonitas.
As gatas.
As fodas.
As lindas.
As chatas.
Porra, mulher muito bonita deve ser um porre de chata, uma merda pra se relacionar, imagina passar a vida toda ao lado de uma mina linda e chata. Deve ser um tal de não pega aqui, não aperta ali, não toca acolá, arre égua, valei-me Deus. Nunca vi uma mulher linda de morrer com um leve sorriso na cara, andando pela calçada com aquele solzinho no rosto num sábado a tarde, cabelos e vestidos balançando ao vento. Nada, tão sempre com uns putas óculos escuros tapando o rosto todo, andando com pisada forte e olhando pro chão. Provavelmente procurando o umbigo. E é impressionante como essas mulheres lindas reparam nas outras mulheres lindas, são mais competitivas que os Argentinos em final de copa, e devem catimbar tanto quanto. Tô pra ver ainda uma mina dessas dar um carrinho em outra no meio da Paulista porque a outra tava com o sapato mais bonito que a uma, ou uma cotovelada porque o cabelo da uma tava mais bem cuidado que o da outra, POW, no nariz.
Claro que há excessões, e a excessão se chama Ana Hickmann(é, essa aí da foto mesmo). Aninha, como gosto de chamá-la na intimidade, tá sempre de boa, sempre simpática, nem em foto de anúncio de perfume, daqueles que a gente não entende nada, mesmo séria ela passa uma simpatia. (Qualquer mulher aí que possa estar falando que a Aninha não é lá isso tudo pode ir andando para a puta-que-pariu, deixo claro.) Mas tem um lance aí: a mulher é rica, né? Rica não, RICA. Acho que é isso, as mulheres lindíssimas que eu vejo andando por aí é tudo linda e pobre, por isso o tédio, a cara de chata, devem estar pensando "ai que saco, sou linda e pobre, não aguento mais tomar cantada de pedreiro e de feirante".

Vocês devem estar pensando que eu tô injuriado porque eu devo ter tomado um fora de uma mulher linda, né? Mas nem é, primeiro pelo seguinte: eu nem chego junto que eu sei que é fora na certa, feião na foto como sou. Segundo: não suporto gente chata, gente chata irrita, e eu até admito que as pessoas me decepcionem, me traiam, puxem meu tapete, mas pelamordeDeus, não admito que me irritem, e gente chata tem esse poder. E outra, vai que eu chego na mulé, jogo um xaveco furado e cola, e depois de um mês ela vira uma vaca? Eu hein! Pior que sacar que uma mina é chata de cara, é ela se metamorfosear depois de um tempo, depois que vc conheceu a família, pai, mãe, irmãos, a casa na praia ou o sítio ou sei lá. Meu maior medo, juro, num casamento, não é que a mulher engorde, que tenha estria, celulite, sei lá, qualquer coisa dessas. Meu medo é que ela vire uma vaca chata da porra, Senhor, ninguém merece gente chata, gente que não ri de si mesmo, gente que põe defeito em tudo o que a gente faz, gente que não goste de sair, de ir pra balada, de viajar, de se divertir um com o outro e consigo próprio.

Como diria o poeta, "beleza é fundamental". Mas muuuuuiiiita beleza acrescida de chatice, tô fora.