sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

9. 117kg - VOU DE TÁXI, CÊ SABE....


Não aguento mais andar de Corsa. É sério, tô ficando puto já, toda vez que vou pegar um táxi, pá!, cola um corsinha.
É impressionante, e não tem jeito, posso deixar passar dois, três, começo a me atrasar, fico em cima do horário pra qualquer coisa, só pra ver se vem outro, e não rola, passa um, dois, cinco, 8 corsas, um atrás do outro. Daí quando desencano, que passa o décimo corsinha e eu resolvo ir nele mesmo, é só eu entrar, VRUUÓÓÓÓÓÓMMM, passa um Vectrão desses novos, 4.0, sei lá, espaçoso pra caralho, e eu vou resignado no corsinha, pra alegria do taxista sorridente. Aliás, esses Vectras novos nem fazem VRUUÓÓÓÓÓÓMMM, fazem outra coisa, tipo FFFFSSSSSSSS, o bicho vai que vai sibilando que nem vento, no gás! O foda dos corsas é que como é um sedanzinho barato, com um porta-mala razoável, todo mundo comprou pra táxi, e agora, passado já alguns anos, tão todos castigados pelos buracos, asfalto ferrado, mais de não-sei-quanto mil quilômetros rodados, cansaaaaaados... e dá merda, eu entro no táxi, começa a dar merda. Ou o carro ferve, ou a marcha arranha pra caralho, ou o carro não anda sei lá porque, ou a porta não fecha direito... e não há meios, não adianta ir pro ponto pra pegar um carrinho melhor, porque quando eu chego lá, tem cinco na fila. Ou então eu tô atrasado pra caramba, chego no ponto e tá lá um Astra, uma Weekend, um Vectra, eu falo FIRMEZA, mas o carro que vai sair na hora é o maltido corsinha que tava parado do lado, trocando o pneu. É a pegadinha do corsinha, caio em todas, os caras deixam uns putas carros lá, quando eu chego, é tudo cenário, tudo papelão, sai um corsinha de trás com um motorista com um sorriso de orelha à orelha, safado. Mas até então beleza, esse lance com os corsinhas era uma coisa minha, tipo uma sina, só acontecia quando eu tava sozinho. Quando eu tava acompanhado, sempre vinha uns carros da hora. O problema é que o fardo começou a passar pros meus amigos, e nem a lei do sozinho funciona mais. Dia desses eu contei essa história pro Gustavo, meu dupla, e na manhã seguinte quando ele chamou um táxi, pá!, chegou um corsinha com os pneus carecas. Saí com o Baraldi e o Beto pra ir ao cinema, só tinha corsinha no ponto, claro, e tava caindo um dilúvio desgraçado no dia, e quem disse que o vidro do corsinha desembaçava?? Corrida cega por São Paulo, o cara com a cabeça pra fora tomando chuva na testa pra enxergar o caminho, uma merda. Um brother da pensão me ofereceu carona no táxi que ele tinha pedido até a Vila Olímpia, a moça tinha até confirmado um Meriva bacanão. Foi só eu aceitar, a moça liga de volta dizendo que o táxi que ia atendê-lo teve um problema, mas já estava outro vindo a caminho. Quando chegou... meu, pedi até desculpa pro cara, embora ele não tenha compreendido muito bem. Ferrei dois né? Meu camarada que me ofereceu carona e teve que ir num pau-véio, e o motorista do Meriva, que não tinha nada a ver com a história, mas... maldição é maldição, atinge a todos, sem preconceito de raça, cor, credo ou motorista de táxi.
Isso aliado ao fato de que, quem tá com esses carros agora, estão começando agora tbm, já que é mais barato, compraram usados de outro que comprou um melhorzinho. E tome motorista cabaço espalhado por São Paulo. Dia desses peguei um que era surdo, juro, sem sacanagem! Sabadão, eu indo pro aniversário da Camilla no Rey Castro, parou o famigerado corsinha:
– Boa noite, vamos pra Vila Olímpia, por favor, pra Rua Ministro Jesuíno.
– PRA ONDE???
Pensei "pronto... isso não vai dar certo..."
– VILA OLÍMPIAAA, RUA JESUÍNO....
– AHHHH, VILA OLÍMPIA, NÉÉÉÉÉ? ÉÉÉÉÉ.... O SR. PODER ME DIZER COMO FAZ PRA CHEGAR LÁ? É QUE EU SOU MEIO NOVO...
– Beleza, é só descer a Joaquim Távora, pegar o cebolinha, descer até a Sto. Amaro lá na frente...
– ÃÃÃÃÃNNNNHHH????
– DESCE ALI A JOAQUIM TÁVORA...
– ONDE???
– ALI!!!!!
– AQUI, ESSA AQUI????
– É, LÁÁÁÁÁ, AQUELA LÁÁÁÁ!!!!
– AHHH, ESSA QUE PASSOU????
– ÉÉÉÉ PORRA, ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ!!!!
Mano, o cara não teve dúvida: no meio da Vergueiro ele viu que não tava vindo carro do outro lado, só jogou de uma pista pra outra num retorno na contra-mão no meio do canteiro, deu um esquerda-direita na Vergueiro com a Joaquim Távora, tinha uma tiazinha atravessando a Joaquim, meu, se ela não é uma velhinha ninja tinha se fodido: pulou por cima de uma lixeira que tava na rua, perto da calçada, caiu em pé que nem gato do outro lado. E o cara:
– CARAIO, CÊ VIU?? A VÉIA TEM AS MANHA, HEIN....
Foda, muito foda.
E os caras ainda compram o Corsa, 1.0, mete gás natural e ainda instala ar condicionado. Conclusão: dia desses, tava eu no centro resolvendo umas tretas de documento, fui pro ponto, o motorista do corsinha já ficou em posição de sentido. Abstraí e entrei, pedi pra seguir pra Vila Olimpia, onde eu trampo e tentei ficar frio. No meio do caminho, eu sentia uma necessidade IMENSA de ficar frio mesmo, tava um calor desgraçado, eu suando mais que macaco morto a tapas, fechei os vidros e pedi pro cara ligar o ar-condicionado. Galera, cês não vão acreditar: o cara parou perto da calçada, colocou em ponto morto, e na mão que ele apertou o botão do ar, fez um barulhão da porra, o capô abriu e saiu um jegue, de dentro do capô, e começou a puxar o corsinha. Meu, não botei fé, tomei um susto filho da puta e fiquei olhando abismado o jegue puxando o corsinha no meio da 23 de Maio, num pau da porra, 30KM/H!!
– YO SIR... TEM UM JEGUE PUXANDO SEU CARRO???
– SIM SINHÔ, É O BROMÉLIO!!
– MAS MEU SENHOR... É UM JEGUE!!!
– É UÉ, O CARRO É 1.0, MOVIDO A GÁS, O SENHOR PEDE AR CONDICIONADO... SÓ ANDA SE FOR À JEGUE.
– PUTAQUEUPARIU...
E vocês não tem noção people, o cara buzinava e o jegue UUUUUÓÓÓÓÓÓÓ, IIIÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ, o cara virava o volante pra direita e o jegue próc próc próc pra direita, o cara virava pra esquerda, o jegue próc próc próc pra esquerda, o cara trocava a marcha, saia um chicote SHPÁÁÁÁ SHPÁÁÁÁ no lombo do jegue e o bicho dava um gás... muito lôco!!! Quando a gente chegou, o cara parou, desapertou o botão, o capô abriu e o jegue foi recolhido. Falei "rapaz, como esse jegue saiu de dentro do capô??"
– Ahh doutô, ele fica ali atrás do coletor.
– Mas e o motor??
– Ele fica comprimido ali entre o coletor e o alternador, táintendeno!? Não tem ar comprimido? Então, esse aí é jegue comprimido.
– Mas isso aí é o que?? O senhor que adaptou foi?
– Naaada, isso aí é Technologia JegThrônica®, coisa de alemão...
– Hmmmm...
Desencanei, paguei, atravessei a rua e fui pro trabalho. Pena não ter uma máquina pra tirar foto na hora.
Ahh, se após vocês lerem esse texto e só aparecer corsinha pra vocês também quando chamarem um táxi, deixo aqui meu sincero pedido de desculpas. Abrax!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

8. 118kg - ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ


Certa feita, quando eu morava na Vila Nova Galvão (o último bairro da zona norte de São Paulo, separado de Guarulhos pela Rodovia Fernão Dias), era por volta de umas 4 da tarde quando o Mazinho (nome fictício) chegou meio bêbado em casa, pegou o filho dele, de uns 6 anos na época, e que tinha feito alguma coisa errada, e começou a surrá-lo. Nós eramos vizinhos de parede, eu e minha família – mãe e cinco irmãos, contando comigo – e a família dele. Era uma casa bem pequena, com um quarto, uma sala que virou quarto, uma cozinha e um banheiro. O quarto era da largura dos meus braços abertos, e na época eu deveria ter uns 14 anos, portanto, menor do que sou hoje. A família dele era parecida, morava a mãe e mais cinco filhos, todos pequenos, mais o avô, que era um cara trabalhador mas vivia enchendo a cara. Ele e a filha, mãe das crianças, sempre discutiam. Lembro que um dia ele disse, aos berros, para a filha: “ Vai sair, piranha?? Já vai dar esse cu?? Vê se cobra pelo menos, pra trazer comida pra casa.” Era foda, quase toda noite era assim. Mais ao fundo ainda, moravam a avó das crianças (ela e o avô eram separados) mais uma outra filha e uma pequena garotinha que ela havia adotado. Todas as casas eram separadas apenas pelas paredes, sem espaço entre elas, e da nossa casa, trancados, ouviamos o garoto chorando e o baque seco das pancadas. Mazinho, o pai das crianças, era um bandido, não sei se assaltante ou traficante, e que estava foragido quando fomos morar lá. Um dia ele voltou, o clima era um tanto tenso, mas com a gente era um cara “legal”: educado, comprimentava a todos, não dava problemas. Mas nesse dia, ele segurou seu filho pelas pernas, de cabeça pra baixo (ele era um sujeito bem forte) e o espancou por uns 40 minutos ininterruptos, batendo um um chinelo Rider nas costas do garoto – as marcas do logotipo ficaram impressas nas costas dele. A mãe não estava em casa, pelo que me lembro. A polícia foi chamada, o Notícias Populares também, tiraram fotos, fizeram uma matéria, o Mazinho sumiu por mais um tempo e assim ficou por isso mesmo.

Depois de um tempo, o Mazinho voltou e trouxe seu irmão consigo. Vou chamar o irmão de Enéias (nome fictício) e trouxe também seu sobrinho de uns 24 anos. Na verdade, não me lembro se vieram todos juntos ou primeiro chegou um e depois os outros, o lance é que num dado momento todos estavam lá, o Mazinho, o Enéias e o sobrinho. Enéias era um cara baixinho, nada parecido com o irmão, e tinha constantemente um bafo de chachaça misturado com maconha, os olhos sempre vermelhos, e o sobrinho era um rapaz alto e com o cabelo raspadinho. Num final de semana, não me lembro se era sábado ou domingo, eu estava voltando de um parque de diversões que se instalou lá pelo bairro, lá pelas 9 da noite, e quando eu estava passando pelo quintal cheio de árvores eu parei pra brincar com uma cachorrinha que apareceu por lá, quando ouvi minha mãe me chamando da porta com uma voz afobada “Ernani, entra entra!!!”, eu disse “peraí mãe, tô brincando com a cachorra”, e ela “AGORA, ENTRA JÁ, AGORA!!!”, eu corri e entrei, ela trancou a porta correndo e disse “fica quieto, fica quieto”, quando a gente começou a ouvir uma correria lá fora, seguida de uns sons abafados de pancadaria e uns xingamentos igualmente abafados. Bateram na nossa porta pedindo pra deixar entrar, mas nós não abrimos, com medo óbvio. Os sons foram diminuindo e a pancadaria se distanciando, e depois ouvimos o barulho de gente correndo de novo, pegando coisas dentro de casa e correndo de novo. O que aconteceu foi o seguinte: Enéias e o sobrinho estavam armando uma emboscada para Mazinho, e estavam escondidos nas árvores em que eu parei pra brincar com a cachorra, esperando o Mazinho passar. Assim que eu entrei, o Mazinho passou, o Enéias e o sobrinho pularam em cima dele e começaram a bater, com cabos de enxada e pás, e foram batendo nele até o outro lado do balão. Balão era o nome da rua sem saída em que morávamos, ela tinha um formato de balão mesmo, começando afunilado a partir da avenida principal e abrindo em um formato arredondado na outra ponta, cheio de casas em volta. Da nossa casa até a outra casa em frente a nossa tinha um espaço de uns 100 metros, e foram dando pancada no Mazinho até lá, e quando ele caiu, Enéias enfiou uma faca em sua boca e abriu até a orelha. Fugiram e a polícia tratou de encobrir tudo, afinal Enéias havia feito um favor em matar o Mazinho.

Depois de outro tempo, Enéias e o sobrinho reapareceram, e Enéias assumiu a cunhada, mulher de Mazinho, como sua. Lembro que ele não trampava, ou fazia alguns bicos. Ficava por lá pelo quintal ou sumia, mas o sobrinho estava sempre por lá, cuidando das crianças, fazendo pequenos bicos também, e os dois viviam alterados, fumados, cheirados ou bêbados. Um dia, não me lembro direito sob quais circunstâncias, começou outra pancadaria, dessa vez a tarde, por volta de 5 ou 6 horas. O sobrinho espancou o Enéias com o cabo de uma foice, foi batendo nele até o meio do balão, e depois deu com a lâmina na cabeça de Enéias, que ficou chorando todo ensanguentado, andando em círculos tentando estancar o sangue com as mãos. Não morreu por conta disso, pelo que me lembro, mas morreu depois, acho. O sobrinho sumiu novamente. De tudo isso, a lembrança que mais ficou na minha cabeça, além do som das pauladas que Mazinho levou de Enéias e do sobrinho, foi a imagem de Enéias rodando pelo balão, sem camisa e ensanguentado, com as mãos na cabeça. Me lembro porque ele chorava engraçado, como nunca vi alguém chorar antes ou depois disso. Ele andava pra lá e pra cá, dizendo “Ah-Úúúúúnnn, minha cabeeeeeça, Ah-Úúúúúnnn, minha cabeeeeeça, Ah-Úúúúúnnn...”.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

7. 118kg - SEXO & CHOCOLATE


A relação que homens e mulheres tem com o chocolate é muito parecida, se não igual, a que os homens e mulheres tem com o sexo. E o maluco da história é que pra nós, homens, é impossível entender essa relação das mulheres com o chocolate, simplesmente porque nascemos com os cromossomos x e y. Tá no nosso dna não entendermos, não é por preguiça ou por não nos importarmos. É simplesmente... não entender mesmo. Dia desses, assistindo Juno, alguém no filme diz a seguinte frase: a mulher vira mãe quando engravida, e o homem vira pai quando vê o filho. A relação que uma mãe tem com o filho, ou filha, também nunca será compreendida pelos homens ou pelas mulheres que não são mães. É outra relação, totalmente alienígena. Assim como as mulheres nunca vão entender nosso tesão em correr a toda velocidade com um carro bacana ou sair pra jogar futebol domingo de manhã. Não tá no dna delas compreenderem essas coisas, simples assim. De volta ao chocolate. Acho fascinante o sentimento orgasmático que as mulheres tem ao saborear um chocolate, a volúpia, os gemidos, aquela coisa de ficar leve e de transcender o cosmo que bate quando as meninas colocam aquele bloquinho de leite, cacau, açucar e um monte de conservantes, acidulantes e espessantes na boca. Sublimam mundos deliciosos de João e Maria, um conto de fadas onde tudo seria de um chocolate que não engorda e não dá espinhas, embora seja cientificamente provado que chocolate não dá espinhas. Príncipes encantados com pedaços de avelãs, aos quais elas possam arrancar um braço com uma dentada, montados em cavalos brancos com flocos, que possam ser derretidos para fazer cobertura das mais variadas para as mais variadas espécies de guloseimas, todas de chocolate.
Como o sexo.
Todas esperam um príncipe maravilhoso que as levem alto aos céus, imaginam flutuar nos braços de tal galã como se nadassem num vácuo de nuvens fofinhas, protegidas e extasiadas. Lendo uma entrevista com um ginecologista, Malcolm Montgomery, na Playboy, um que cuida das famosas por aí, ele falou um lance ducarai: “...as mulheres crescem vendo filmes em que na hora da transa, explode um vulcão e há revoadas de pássaros. Aí tem a primeira relação no aperto de um carro com alguém que ejacula rápido. É frustrante.” Pra mim, esse é o perigo de encarar o sexo como as mulheres encaram, porque mesmo quando não são mais virgens, a frustração causada por tanta idealização é pior do que qualquer espinha ou quilos e quilos adquiridos com chocolates de péssima qualidade.
Já nós, homens, comemos por farra.
O chocolate, claro.
É bom um chocolatinho de vez em quando, dá uma adoçada na boca, mas quando acaba, acaba. Você amassa a embalagem e joga fora, dá uma respirada funda e continua com a vida. Não existem essas miríades de sensações orgiásticas que as mulheres sentem, não nos levam às alturas e nem nos transportam para mundos magníficos onde tudo é lindo. Também é científicamente comprovado que o chocolate libera uma série de substâncias, como serotonina e outros ínas que causam essa sensação de felicidade, em ambos os sexos, mas nas mulheres, isso acho eu, o chocolate misturado aos progesteronas da vida causam essas sensações idílicas, e em nós, quando misturados à testosterona, e quando o chocolate é bem bom, dá só uma puta sensação de prazer. Mas é muito bom quando o chocolate derrete na nossa boca e nos causa essa sensação de prazer.
Como o sexo.
Derreter na nossa boca é válido para ambos os casos inclusive, chocolate e mulheres. Sexo para os homens não tem esse negócio todo de idealização de uma princesa meiguinha em nossos braços. A princesas acabam sempre sendo a Pamela Anderson, Angelina Jolie ou Juliana Paes e não são nada meiguinhas. Claro, existem mulheres e mulheres, e eventualmente... acabamos sucumbindo né, fazer o que. Na falta de um suíço, chocolate suíço, vai um de fundo de quintal mesmo, ali na hora da carência, não é assim pra vocês mulheres? Porque homem, ao contrário do que pensam as mulheres, sofrem de carência sim senhora, mas mulheres conseguem acabar com ela simplesmente com uma boa barra de Toblerone, e nós, homens, acabamos com a carência com aquela amigota feinha e disposta lá no fim da agenda telefônica. Claro que se for uma suíssa, mulher suíssa, uau! Na verdade, é mais fácil uma mulher feinha nos levarem aos céus do que uma barra de chocolate, neguinho por aí se apaixonam aos montes por um bom movimento de cintura e capacidades rebolativas das desprovidas de beleza, mas como diria o poeta, as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental.
Sexo, para nós homens, só tem a mesma conotação de nos fazer parar em outros mundos quando estamos apaixonados, perdidamente apaixonados. Aí, inclusive, tudo vira um mar de chocolate cremoso e quente e derretido onde a gente bóia (homem que é homem não flutua, bóia), então, onde a gente bóia de braços abertos à deriva, nos deixando ser carregados pela correnteza, indo parar em qualquer lugar que seja.
Como um bom chocolate, pras mulheres.
Uma mulher quando degusta um excelente chocolate importado e caro é como ter nos lábios o galã gostosinho de barba por fazer da última novela das 7, seja em qual época for, onde todos andam sem camisa e cabelo milimetricamente desarranjado, enquanto pra nós, ter nos braços aquela garota que a gente deseja loucamente nunca vai ser como saborear um chocolate, seja ele raro como for. É claro que também há mulheres que encaram o sexo como nós, homens, encaramos. E então, quando uma mulher encontra um Lindt maravilhoso, ou um homem encontra sua Godiva deliciosa, aí sim, tudo acaba em sexo e chocolate, que é como as coisas deveriam sempre acabar.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

6. 118kg - A PIPA DO CAÇADOR NÃO SOBE MAIS (ÔIIIIIII)



A única época em que eu detesto mulata rebolando é no carnaval. Esse povo se remexendo freneticamente olhando pra câmera com um sorriso de orelha a orelha, toda essa alegria hedonista carnavalesca me deixa de saco meio cheio. Não que eu seja contra carnaval, nem sou, acho bacana como manifestação cultural e tudo o mais, mas que torra minha paciência torra. Como me recuso a ter televisão no meu quarto, e na pensão tem tv na sala mas também tem um gerente inútil mala pra cacete, que fica na sala vendo a porra da tv, nem cheguei perto de carnaval esse ano. Me enfiei no cinema, circuíto HSBC Belas Artes-Espaço Unibanco-Cine Bombril. Só filme cabeção. E fui na exposição do David LaChapelle no MuBE também. E comprei uns livros. Carnaval pra mim, na verdade, foi não estudar, não escrever, e detonei no rango. Mas como não comi pra caralho, então continuei emagrecendo. E pra provar que eu sou um cara firmeza, vou colocar em prática toda a minha verve de crítico de cinema pra resenhar os filmes pra vocês, amados leitores. Assistam por sua conta e risco. Pega essa:



JUNO
Direção: Jason Reitman
Com Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner e grande elenco.
Quanto você dá, Aracy de Almeida!?: vai levar 8 paus! Aliás, a mina já levou um pau!, então vai levar 9 paus!

Bonitinho. Essa é a palavra pra definir Juno. Trilha sonora boa. Elenco bom. A minazinha Ellen Page, que fez a Kitty Pride no X-Men e a menina má do MeninaMá.com, manda bem. Os outros atores também. A meia listradinha na hora do parto tava lá pra emocionar os desprevinidos, mas hey!, eu tenho mais de 30, essas merdas não funcionam mais comigo, rárárá! Sifuderam. Mas o David e a Thalita choraram. Cagüeto mesmo.



ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ
Direção: Irmãos Coen - Joel Coen (Tim Burton) e Ethan Coen (Nando Reis)
Com Javier Barden, Josh Brolin, Tommy Lee Jones e médio elenco.
Quanto você dá, Aracy de Almeida!?: vai levar 9 paus e um ventinho na testa!

A decadência do velho oeste. Um homem sem futuro. Um xerife com crise existencial. Um assassino frio e calculista. Esse é o quadro apresentado nesse filme dos Irmãos Coen. Quem for assistir, vá com a seguinte filosofia na cabeça: “A vida é um sanduíche de merda, e a cada dia que passa a gente dá mais uma mordida.” Aliás, aconteceu uma parada comigo no cinema que eu achava que era lenda urbana: tinha uma tiazinha sentada na cadeira atrás de mim que ficava assim: “Ohhhh... Meu Deus... E agora?.... Ohhh...” e na cadeira da frente, uma loirinha dava uns pulos de 20 metros toda vez que alguém dava um tiro, e tem tiro pra cacete no filme, então a menina parecia um cangurú na cadeira. No final, não tem final. Vou aguardar a continuação: “Alien, Predador, Freddy Krueger e Jason Vorhees VERSUS Anton Chigurn.” Vão por mim, people, não vai dar nem pro cheiro pros quatro.



EU SOU A LENDA
Direção: Francis Lawrence
Com Will Smith, Alice Braga e nenhum elenco.
Quanto você dá, Aracy de Almeida!?: Gruuuuuaaaaarrrr, huuuurrrr, rooooaaaarrrrr, mioooolos.

Outra vez: tô lá no Cinemark do Sta. Cruz (também pedi, né?), assistindo o filme, e um cara do meu lado explicando o filme pra namorada dele! Porra, a mina era mais burra que um zumbi! O que tem pra entender no filme??? Aliás, ou a mina era burra ou o cara era um puta mala, o que é uma afirmação correta. O lance do filme é o seguinte: uma cientista cria um virus geneticamente modificado a partirrrrrrrrr de um virrrrrrrgghhus do saraaaaammmppppffff e daíiiiiirrrrgggg uuuurrrrrrhhhhhhgggggg grrrruuuuuuuuuuurrrrr rrruaaaaaaaaaaarrrrrrrrggg gggrrraaaaauuuuurrrrrrrr rrrueeeeeerrrrrr ggrrrrrooooommmphs brrrroaaaaaaaaaaaa ruuuuuuuuuuuurrrrrhh gggrrraaaaa rrrrrrraaaaaaaaaarrrrr mmmmrururuuuuuuuuuuuu brrrraaaaaaaaaaaaaaaa ggggghhhhhhhh.



PARANOID PARK
Direção: Gus Van Sant
Com quem???
Quanto você dá, Aracy de Almeida!?: Vai levar um skate no crânio!

Lars Von Tri...ops!, Gus Van Sant é mestre em pegar um monte de gente desconhecida e fazer um filme. Foi assim com Elephant também. Outra característica do diretor é que os filmes dele não tem um final, só acabam, como se



O CAÇADOR DE PIPAS
Direção: Marc Foster
Com Muhhammad Ali, Ali Babbah, Loh’go Ali e um elenco cheio de L, M e H.
Quanto você dá, Aracy de Almeida!?: Alahh Shallam Aleikum Shalam Ahmed.

O melhor do filme é a animação dos créditos e as tomadas das pipas. De resto, é ruim, mas ruim! Pior que não dá nem pra saber se o elenco tá atuando direito os afegãos são tudo esquisito, é tudo trocado. Fora que o personagem é um puuuuuuta dum covarde, mas de dar raiva! O Hassam salva ele, o pai dele salva ele, depois o filho do Hassam salva ele, todo mundo salva o cara, que inútil!!! Fui assistir com o David e a Thalita, que leram o livro e disseram que o filme é uma bosta. Mas eles choraram quando o Amir leu a carta. Quem ganha o Oscar? A Caaaaaartaaaa.



A VIDA DOS OUTROS (Oscar de melhor filme estrangeiro de 2007)
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Com Ulrich Mühe, Sebastian Koch, Martina Gedeck e mais um monte de trava-línguas.
Vai levar quanto, Aracy de Almeida!? Já levou o Oscar, porraaaa!

A Vida dos Outros é sobre isso mesmo, a vida dos outros. Um espião da Alemanha Oriental espiona um dramaturgo e a mulher dele, uma atriz cagueta que dá pra outro. Parece um bando de dona Fifi, só na fofoquinha. Mas o filme é bem bom, gostei pra cacete, até porque tinha uma minazinha sentada do meu lado beeeem bacana. Pô, tem umas intelectuais beeem gostosas nesses cinemas cabeções viu! Eu ia jogar uma conversa fiada nela, mas quando o filme acabou minha garrafa d’água caiu no chão, e quando eu me abaixei pra pegar a mina rapou fora. Garrafa traidora filha da puta!



4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS.
Direção: Cristian Mungiu
Com Anamaria Marinca, Laura Vasiliu, Vlad Ivanov. Não consigo pensar em nenhuma piadinha com a Romênia. Conde Drácula? Que mais?
Quanto você dá, Aracy de Almeida!?: Vai levar 7 empaladas!

Depois de assistir A Vida dos Outros, fiquei esperando minha amiga Patrícia, fomos comer, fizemos hora na Livraria Cultura e fomos ver essa película romena aí. Mas tava mais divertido ficar olhando a Patrícia se retorcendo na cadeira, rárárá! Filminho foda viu!, se eu contar mais um pouco estraga a trama, mas é bom ver. Principalmente pra mulherada. O importante é entender o contexto histórico em que se passa o filme: a Romênia Comunista de 1987. Tudo era muito difícil de se conseguir, até cigarro. O que isso quer dizer? Comunismo é sempre uma merda. Mas isso todo mundo sabe.


"Miracle Tan" Pamela Anderson por David Lachapelle

HEAVEN TO HELL
DAVID LACHAPELLE

Fora cinema, rolou também a exposição do David LaChapelle no MuBE, o museu de escultura que não tem escultura. LaChapelle é sempre ducarai, umas putas cores contrastadas, as fotos com uma produção ferrada e os peitos da Pamela Anderson aí. Tinha uma foto que chamava Cunnilingus Rex, rárárá!, e era um dinossaurão metendo o nariz entre as pernas de uma mina. Só estranhei não ter nenhuma foto de nenhum negrão bombado e besuntado com um tubo de ensaio enfiado no cu. Ele adora essas merdas.